top of page

Segurança nas redes - Você entregaria uma cópia da chave da sua casa para qualquer um?

  • Foto do escritor: Andreza Loverly
    Andreza Loverly
  • 3 de mar. de 2020
  • 3 min de leitura

ree

Você entregaria uma cópia da chave da sua casa para qualquer um? Não?! Então por que passa a senha do seu Wifi?



Sentir-se seguro e protegido sempre foi o objetivo de toda a sociedade, independentemente da época. Acontece que o conceito de segurança teve uma ampliação com o advento da internet e novas tecnologias.


Como abordei a pouco, nenhuma pessoa – sem um excelente motivo – entregaria uma cópia da chave de sua residência a um terceiro, mesmo sendo este alguém próximo à família. Agora, por que temos o hábito de passar a senha de nossa rede particular de internet para o outro com tanta facilidade?


Você sabia que com o acesso a sua rede de internet um craker - perito em informática que usa seu conhecimento para violar sistemas de maneira ilegal e causar danos - poderia acessar TODOS os seus aparelhos que estão conectados a rede? Desde o seu celular pessoal à computadores, televisores e interruptores inteligentes instalados em sua casa.


Esses ataques tem como um de seus objetivos coletar dados pessoais e, em algumas situações, bloquear o acesso desses dados em troca de “resgate” em dinheiro. Ainda, muitos indivíduos utilizam a rede de internet pública ou de terceiros também para praticar crimes virtuais.

Isso porque, uma das ferramentas para localizar o autor do crime virtual é por meio do número de IP – Internet Protocol – de navegação. Esse IP é uma sequência numérica que individualiza o indivíduo na rede de internet.


Como isso funciona? Simples, ao acessar qualquer site de busca, redes sociais ou outros aplicativos, estes provedores são obrigados a coletar e armazenar os dados de acesso realizados naquela plataforma.


O Marco Civil da Internet – Lei nº 12.965/2004 – incumbe ao provedor de navegação e aplicação a coletar e armazenar esses dados pelo prazo mínimo de 06 meses (art. 15). Ainda o MCI dispõe que esses dados devem informar a data e hora de início e término da conexão, sua duração e o número de IP utilizado pelo terminal (art. 5º, VI).


Entendendo essa premissa, analise a seguinte situação: um vizinho vai até sua residência e pede a senha de seu Wifi para poder se conectar à internet naquele momento, você como bom anfitrião não vê nada demais no pedido e passa a senha de sua rede.


Alguns meses depois é intimado pela Polícia Federal suspeito de compartilhar pornografia infantil (art. 241A - ECA), crime cuja pena é de reclusão de 3 a 6 anos. Os agentes federais demonstram por meio de um relatório detalhado que durante uma semana seu número de IP foi utilizado em um site escuso para compartilhar vídeos de pornografia infantil a terceiros.


Como a conexão de internet está vinculada ao seu nome, toda a navegação que ocorre está em sua responsabilidade.


Agora como você sairia dessa situação? Sua rede de internet é fechada – tem senha de acesso – todas as conexões partiram de um único endereço IP – o seu. Qual a probabilidade de você se recordar que passou a senha da sua rede para um vizinho uma única vez? E mais, que este vizinho tinha a intenção de utilizar sua rede para compartilhar pornografia infantil, ou qualquer outro crime?


Até que você possa demonstrar que não foi você e nenhum de seus familiares o responsável por aquela navegação que resultou em um crime a quantidade de tempo e dinheiro dispendido será enorme, visto que para se preservar contrataria um advogado para acompanha-lo durante a ocorrência da investigação policial e o decurso processual, ao final, seu nome estará constando nos autos do processo.


Para se blindar deste tipo de problema e outros da mesma espécie ou mais severos, existem soluções simples e eficazes.


Abaixo te darei algumas alternativas para torna-lo mais seguro nas redes:


1. NÃO COMPARTILHE SUA SENHA.

Parece simples, né?! E depois do exemplo acima duvido que continuará compartilhando a senha do seu wifi com todos como anteriormente.

Mas, se ainda assim optar por continuar compartilhando sua rede com terceiros fora do seu ciclo familiar, sugiro algumas precauções como:


2. TENHA UMA REDE PRÓPRIA PARA VISITANTES.


Alguns roteadores já permitem configurar um segundo ponto de acesso para servir como conexão para visitas.


3. TROQUE A SENHA DE SUAS CONEXÕES COM FREQUÊNCIA.


Mudar apenas alguns caracteres da sua senha de conexão já desvincula os acessos anteriores.


4. DESLIGUE SEU ROTEADOR.


Durante a noite ou nos períodos em que passa muito tempo fora de casa/trabalho desligue seu roteador. Isso impede que outras pessoas se conectem a sua rede – sem energia, sem sinal.


5. USE A INTERNET COM CONSCIÊNCIA.


De nada adianta possuir inúmeras ferramentas de proteção a ataques nas redes se o próprio usuário utiliza sua conexão de forma desmedida entrando em diversos sites clandestinos, abrindo links mal-intencionados e baixando inúmeros vírus em seus aparelhos.



Gostaram das dicas? Se gostaram, me sigam nas redes sociais, curtam e comentem o artigo deixando mais dicas, sugestões ou críticas em relação ao assunto abordado.

 
 
 

Comments


ANDREZA LOVERLY

Direito Digital | Cibercrimes e Proteção de Dados

©2020 por Andreza Loverly. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page